Pequena Homenagem ao mestre Dio


 Bem, eu não podia deixar de colocar uma nota sobre o falecimento desse grande nome da música.
Ronnie James Dio é um dos nomes do heavy metal – fica impossível imaginar o estilo sem a voz e o carisma desse homem, que tanto deu ao mundo e contribuiu com seus excelentes trabalhos em todas as bandas. É muito triste pensar que ele foi o herói de infância de muita gente e um dos artistas que eu admirei. Sem ele o metal fica um pouco mais cinzento e sombrio.
Vamos aos fatos, você faz falta, Dio. Sim, a muita gente você faz falta. Até mesmo porque sabemos hoje que nunca mais poderemos ouvir sua voz em nenhuma apresentação, nenhum trabalho novo, nada. Apenas um vazio que sua obra pode preencher. Pois morreu o homem e nasceu, de vez, a lenda.
Quero desejar, em nome de toda a equipe do podcast e da rádio MG, felicidades ao grande mestre que influenciou e influencia até hoje muita gente.

Martial Industrial – O militarismo industrial revivendo as raízes do povo europeu

Uma coisa é certa: o teor militar faz parte da cultura do povo europeu e toda a arte que faz referência a isso sempre vai mexer no passado guerreiro de boa parte do velho continente. Tanto que é muito comum bandas que adotem uma temática visual ligado ao exército sempre chamam a atenção, como acontece com alguns grupos de rock/metal industrial (Deathstars, Laibach, Rammstein, KMFDM etc.) por justamente evocarem, por meio da imagem, o passado que para nós não parece tão glorioso.

A música acompanhou isso, até por conta das marchas e até mesmo composições eruditas voltadas ao tema. Compositores como Joseph Haydn, Wolfgang Amadeus Mozart e Ludwig van Beethoven fizeram peças baseadas nas feitas pelo Império Otomano[1] no século XVI. Os estadunidenses igualmente gostam desse tipo de música, uma vez que ela ressalta sempre ideais de força e poder, além de motivar tropas e soldados.

O industrial surgiu em meados dos anos 80, com a banda Throbbing Gristle, que abraçava diversas imagens e filosofias contraculturais, como o ocultismo e até mesmo o militarismo. Músicas como Zyclon B Zombie e a Discipline usam de humor negro para falar de temas controversos. Tanto que até hoje a banda é polêmica em todos os sentidos.

Só que quando o estilo criado por Genesis P-Orridge se transformou em outros. O que era controverso ficou facetado e multiplicado por uma série de estilos, alguns menos populares, como o Noise e o Power Electronics e outros muito populares, como o EBM e o Power Noise. Todos eles trabalharam algum aspecto que inicialmente era contracultural e polêmico, sendo que alguns levaram isso a extremos. Dentro desses estilos surgiu o neofolk, que era voltado ao paganismo e a tradição da antiga Europa. Dele veio um estilo que, mesmo carecendo de uma identidade concreta, ainda sim se firmou como um dos grandes nomes do post-industrial: o Martial Industrial, também conhecido como Military Pop.

Origens: Música marcial e neofolk

A música com propósitos militares existe há séculos na história da humanidade. Seu objetivo era levantar o espírito de combate dos soldados, reforçar a união e a disciplina e também, em alguns casos, intimidar o inimigo.

Constitui um gênero que possui evolução própria, com canções que evocam os hinos nacionais e mostram o poder do homem perante o seu adversário. Tem como instrumentos predominantes a percussão, a gaita de foles e o trompete. Há variantes de músicas que utilizam instrumentos de fanfarra, chifres e outros, mas a base é essa.

Dentro do contexto pós-industrial o neofolk se pautou em ser, num primeiro momento, anti-política e anti-cristianismo, usando elementos tirados do folclore pagão europeu, do nazismo (numa espécie de redescoberta da simbologia expressa por meio dos ícones usados em uniformes, sem fazer uma apologia ao regime) e até mesmo com base em escritores como Julius Evola[2] (que tem uma obra calcada no neopaganismo e que é de extrema importância para muitos grupos, como o Sol Invictus). O filósofo italiano se baseia em aspectos do fascismo para justificar a derrubada do cristianismo da sociedade moderna (mesmo ele sendo contrário ao regime, tendo vivido durante sua vigência na Itália da Segunda Guerra Mundial). Ele possuía um tom totalmente antimodernismo, cuja influência de Rudolf Steiner[3] e das teorias teosóficas[4] fez com que ele começasse o que se convencionou de neofascismo, que fugia do estado estático do fascismo, colocando que a elite deveria voltar aos valores tradicionais da sociedade.

Dentro dessas teorias vão surgir diversas divisões dentro do neofolk. Uma delas, o Apocalyptic folk, vai abandonar o lado folclórico para seguir uma linha mais esotérica. Tem como grande nome o Current 93, cujo nome remete à “Corrente 93” da cabala. Outra é a do Dark Folk ou Folk Noir, juntando elementos de darkwave, folk rock e outros, criando um som mais sombrio e menos experimental, possível de ver em bandas como o Sol Invictus, Lihollesie, Elizabeth Anka Vajagic, Ô Paradis etc. Entretanto, o termo não costuma ser levado muito a sério, uma vez que ele acaba caindo quase sempre em bandas que são colocadas como neofolk na maior parte dos sites e o termo dark é para colocar sem os elementos presentes no Death in June e no Spiritual Front, por exemplo.

Só que outro grupo mudaria os rumos de tudo isso, retornando ao que o post-industrial, de fato, deveria ser...

O termo Military Pop e o Martial Industrial

Gerhard Petak, criador do projeto austríaco de um homem só Allerseelen e participante do projeto de ritual industrial Zero Kama, certa vez definiu que a sonoridade do seu projeto solo estava mais próxima do som ambiente e das influências da música militar. Daí cunhou o termo military pop, que para algumas revistas e sites passou a ser também chamado de Martial Industrial, uma vez que guardava muitas semelhanças com a sonoridade experimental.

Allerseelen significa “Todas as almas” em alemão e tem como influências os pensamentos de Friedrich Nietzsche, Ernst Jünger[5], Carl Jung e Julius Evola. Isso torna o projeto voltado quase que para uma atmosfera caótica permeada por imagens decadentes do povo europeu, com ideais de reconstrução da identidade europeia.

Grupos como o francês Dernière Volonté passaram a se valer do novo “rótulo”. Esse grupo, inclusive, é muito importante na definição e na consolidação do military pop como estilo. Valendo-se de samples de discursos de guerra, sons ambientes e de processos de colagem sonora, típicos do industrial, ele começava a criar algo diferente. Influenciando outros artistas, esse trabalho tem como enfoque o lado militar do europeu e como ele foi importante dentro da construção da história da nação como ela é hoje.

Um último grupo, o Laibach, também vai contribuir muito com a parte visual e sonora. Seus primeiros discos e letras que não tinha como objetivo o nacionalismo, mas sim o militarismo puro e descontextualizado, que quebrava mais uma barreira e começava a dar mais forma à parte temática do martial industrial.


A ideologia extrema e a simbologia esotérica

A grande dificuldade das pessoas de fora do circuito é entender que não existe, de fato, apologia ao neofascismo ou mesmo ao nazismo nas letras e nas posturas do gênero. Fica difícil explicar como a música We Walked in Line, do grupo alemão Von Thronstahl não faz nenhuma espécie de propaganda ao regime nazista. Então, como as bandas do martial industrial conseguem dizer algo que é contrário a toda parte imagética e temática de suas composições?

Uma primeira coisa é que temos de pensar que esses grupos usam, acima de tudo, da parte simbólica do militarismo. O objetivo é mostrar a decadência da Europa por conta da multi-culturalização e a perda gradativa da identidade. Isso também se aplica aos descendentes diretos destes povos que morem em outros países. É algo que ao mesmo tempo flerta e vai contra os movimentos como o RAC[6] e o White Power[7] uma vez que concordam com a volta de uma pureza cultural e vão contra o racismo, o preconceito e a discriminação. São ao mesmo tempo contra a miscigenação e a superficialização de toda uma história ancestral de lutas e conquistas.

A figura do soldado passa a ser de extrema importância no contexto dessas bandas. É ele quem vai resgatar a Europa da morte certa e fazê-la levantar a um passado glorioso. Grupos como o H.E.R.R. e o Puissance vão colocar igualmente a imagem do soldado e da guerra, além de seus símbolos. Um disco do Puissance que simboliza bem isso é o Hail the Mushroom Cloud, onde o símbolo é uma nuvem de cogumelo atômico.
O lado esotérico aparece pela ideia de Europa mítica, heroica, valente, onde todos os povos que lutaram e prosperaram conseguiram impor a sua força pela vontade. E com a perda desse continente, onde todos se uniriam numa única bandeira, é o tema visual das capas de alguns grupos de neofolk/martial industrial, como por exemplo o Darkwood e o Foresta di Ferro.

Tudo isso, contudo, gerou uma série de problemas. Diversos países proibiram e ainda proíbem apresentações e vendas de discos de grupos cuja temática seja próxima da do martial industrial. Tanto que em certas regiões da Alemanha, por exemplo, é muito fácil encontrar um disco do Rammstein, mas é quase impossível achar alguma coisa do H.E.R.R. ou mesmo do Darkwood;

Sonoridade

Definir exatamente o que é o military pop é complicado. Primeiro, não existe uma unidade muito coesa e as próprias bandas variam enormemente no som. Some isso ao fato de grupos de neofolk também terem discos inteiros nesse estilo.

Talvez a primeira característica seja a percussão. É um traço presente em boa parte dos grupos, como o Triarii, o Arditi, o Rome, entre outros. Entre outras existem o uso do neoclássico (até mesmo pelas influências da música erudita com temática militar), o dark ambient, industrial e o uso de marchas militares, seja como base, seja como elemento da própria composição musical. O uso de melodias folclóricas também acontece, até mesmo por conta do próprio neofolk.

As músicas tendem a se assemelharem a alguma trilha sonora de filme de guerra, com diversos climas atmosféricos e sombrios.

Concluindo

Sim, é muito complicado falar desse ramo do post-industrial. Seja pelas controvérsias de sua parte ideológica, seja pelos elementos muitas vezes mal interpretados ou até mesmo pelo lado controverso adotado como postura, o importante é perceber o quanto esse estilo ainda precisa de uma desmitificação e de maior compreensão para que possa, quem sabe, ser apreciado.



1 Foi um Estado que existiu entre 1299 e 1922 e que no seu auge compreendia a Anatólia, o Médio Oriente, parte do norte de África e do sudeste europeu. Foi estabelecido por uma tribo de turcos oguzes no oeste da Anatólia e era governado pela dinastia Osmanl?. Era por vezes referida em círculos diplomáticos como a da "Sublime Porta" ou simplesmente como "a Porta", devido à cerimônia de acolhimento com que o sultão agraciava os embaixadores à entrada do palácio.
2 Julius Evola (Roma, 19 de maio de 1898 - 11 de maio de 1974), cujo verdadeiro nome era Giulio Cesare Evola, foi um filósofo italiano do século XX, em cuja obra neopagã se têm inspirado várias organismos e correntes políticas do fascismo.
3 Rudolf Steiner (Kraljevec, fronteira austro-húngara, 27 de Fevereiro de 1861 — Dornach, Suíça, 30 de Março de 1925) foi filósofo, educador, artista e esoterista. Foi fundador da Antroposofia, da Pedagogia Waldorf, da agricultura biodinâmica, da medicina antroposófica e da Euritimia, está última criada em conjunto com a colaboração de sua esposa, Marie Steiner-von Sivers.
Pode-se resumir a Antroposofia de Steiner como um modo de alcance de um conhecimento supra-sensível da realidade do mundo e do destino humano. Mas, o conteúdo desse resumo é complexo e remete a um estudo de extremas profundidade e disciplina, aliadas a um método de exercícios metódicos precisos, com o intuito de revelar no homem o divino que neste reside adormecido. A Antroposofia, o corpo de conceitos derivados da Ciência Espiritual, coloca o Antrophós (Homem) como participante efetivo do mundo espiritual através de seus corpos superiores, tornando assim evidente no mesmo o conceito do Theós (Deus).
4 Teosofia: 1. Filos. Conjunto de doutrinas religioso-filosóficas que têm por objeto a união do homem com a divindade, mediante a elevação progressiva do espírito até à iluminação. 2. Rel. Doutrina espiritualista iniciada por Helena Petrovna Blavatsk (1831-1891), mística russa, ligada ao budismo e ao lamaísmo.
5 Filósofo alemão cuja obra sempre fez fortes críticas ao regime nazista.
6 RAC (Rock Against Communism ou RACionalism) significa Rock Contra o Comunismo e é um movimento musical que contem letras de ideologia política que, apesar de seu nome confrontar-se diretamente ao comunismo, as suas musicas raramente são focadas no mesmo. O conteúdo das letras do RAC expressa assuntos como nacionalismo, neonazismo e temas contra o sionismo e quem as aprecia são normalmente são pessoas com princípios do Nacional Socialismo, não se tratando de uma regra geral. O RAC é compreendido em sua principal parte, em estilos musicais semelhantes a oi!, punk rock, metal, southern rock, rock and roll entre outros. Uma das bandas que se tornaram marco dentro da história do RAC foi Skrewdriver, formada em 1977 na Inglaterra, por Ian Stuart Donaldson. O motivo por ela ter despertado tanta atenção foi o fato de suas letras serem escritas com um teor fortemente conservador, referindo-se diretamente ao Nacional Socialismo. Suas músicas foram tão reconhecidas no meio Neonazista que mereceram bandas quase que exclusivamente dedicam-se a seu tributo, como a banda sueca Saga.
7 White Power ("poder branco" em inglês) é um slogan político que descreve a ideologia daqueles que apóiam diferentes níveis de nacionalismo branco-separatista, onde a gestão política das pessoas brancas seria feita por pessoas também brancas.
White Power foi uma frase política cunhada pelo líder do Partido Nazista Americano, George Lincoln Rockwell, em um debate com o pantera negra Stokley Carmichael, que fez um chamado para um "poder negro" (Black Power). White Power se tornou o nome do jornal do partido e o título de um dos livros de Rockwell. Atualmente muitas facções racistas como suprematistas brancos, separatistas brancos, nacionalistas brancos, cristãos brancos e neonazistas usam o termo White Power.

As seis bandas góticas mais influentes


Eu tenho certeza que essa lista vai ser controversa para muita gente. Até aceito a hipótese que vários irão contestá-la. Contudo também penso que vai ser uma forma de as pessoas conhecerem material novo e, acima de tudo, grupos novos com sonoridades que vão aparecendo em diversas bandas ao longo dos anos.

DIARY OF DREAMS

Falar em darkwave hoje é falar desse grupo alemão. Foi criado por Andrew Hates, ainda na década de oitenta. Ele era baixista do grupo de gothic rock Garden of Delight e também possui formação clássica em piano e guitarra.
Ao lançar seu primeiro disco, o “Cholymelan”, Hates traz ao mundo um darkwave muito diferente daquele que era feito por grupos como Clan of Xymox. A sonoridade era mais atmosférica e os elementos eletrônicos mais bem amarrados e mesclados com o resto da sonoridade, aliados ao seu vocal grave.
Fundador da Accession Records, que também é responsável por bandas como Diorama, Assemblage 23, Angels of Venice, Aghast View (alguns discos), Painbastard, Aesma Deva e outras bandas do segmento mais eletrônico da música.
Atualmente, com o lançamento do disco ("If)", o grupo coloca uma proposta mais próxima do metal e com mais ênfase nos instrumentos reais.
Melhores discos: Cholymelan, One of 18 Angels, Panik Manifesto.

CLAN OF XYMOX

Quando escutamos darkwave sempre vamos ter que falar desses holandeses. Até mesmo porque foram eles os responsáveis por uma sonoridade diferente daquela calcada no post-punk e da new wave. Soube usar os elementos de modernidade sem ter que mudar radicalmente o estilo.
Ronny Moorings, Pieter Nooten, e Anke Wolbert se juntaram em 1983 e, dois anos depois, lança o primeio disco autointitulado, sendo comparados ao The Cure e ao Joy Division. O grande marco deles se dá no álbum que veio depois, o Medusa, com grandes clássicos como Michele e Louise. Depois de alguns problemas, já na década de noventa eles lançam o Subsequent Pleasures, já com nítidas influencias de synthpop.
Melhores discos: Medusa, Creatures, In Love We Trust.

CHRISTIAN DEATH

Deathrock é um estilo recente dentro da cena gótica, historicamente falando. Ganha um nome e uma cena em 1998, por conta dos EUA passarem por um momento em que balada gótica era sinônimo de anos 80 e electro-alguma-coisa. Só que a sonoridade, próxima do punk, começou antes dos anos 90, com o grupo Christian Death.
Letras sarcásticas e de humor negro, sonoridade mais próxima do punk e uma atitude bem diferente das outras bandas fizeram de Rozz Williams um grande idealizador de um movimento que tentaria resgatar uma certa “pureza” no som gótico, sem a parte excessivamente eletrônica.
Existiu até mesmo uma briga entre Rozz e Valor Kand pelos direitos do nome, sendo que a banda formada por este tomou um rumo mais metal e a por aquele seguia ainda numa linha mais punk. O problema acabou em 1998 com o suicídio de Williams.
Melhores discos: Only Theatre of Pain, Catastrophe Ballet, Atrocities.

DEAD CAN DANCE

Ethereal, embora tenha muitos fãs, ainda não é um estilo muito apreciado dentro do meio gótico. Talvez isso explique o fato de termos pouquíssimas informações sobre ele e porque muitos sites e revistas colocam-no como parte do darkwave. Seja como for, sem o trabalho dessa dupla australiana certamente não existiriam bandas como Rajna, Miriabilis, Faith and the Muse e outras.
Formado por Brendan Perry e Lisa Gerrard, como um grupo que inicialmente tocava algo perto do post-punk e que gradativamente incorporou elementos de outros estilos musicais. Uma grande característica desse projeto é o uso de músicas com atmosferas sublimes, vocais “etéreos” e sonoridades que vão desde o rock até a música medieval. Seja em clássicos como “Host of Seraphim” ou mesmo a releitura de “Song of Sybil (uma música medieval catalã) e até a música sacra (como na maravilhosa Emeleia, que não tem acompanhamento instrumental, no melhor estilo de canto gregoriano).
Dizer que eles foram os inventores do ethereal é desmerecer o trabalho de pesquisa e diversidade que até hoje influencia dentro e fora da cena gótica.
Melhores discos: Within The Realm Of A Dying Sun, Into The Labyrinth, Toward The Within.

BAUHAUS

O que seria do gothic rock se o Bauhaus não tivesse existido? Certamente nem sequer teríamos a base visual e temática de muitas bandas que surgiram e ainda surgem.
Fundada em 1978 por Peter Murphy, foi quem definiu boa parte do que seria a estética da música gótica como um todo, com um visual mais sombrio e retrô, letras com temas de humor negro e sombrios, linha sonora que aproveitava o post-punk, o glam rock e a new wave e era diferente do Joy Division e do New Order.
Melhores discos: In the Flat Field, Mask, Burning From The Inside.

THE SISTERS OF MERCY

Se o grupo de Peter Murphy criou as bases, Andrew Eldritch deu a forma definitiva ao gothic rock e até mesmo a boa parte da música para góticos.
Bateria eletrônica, vocais muito graves, letras tristes e depressivas, visual carregado, todos os clichês estão nos dois primeiros discos do grupo. Depois que ser gótico passou a não ser mais algo de que se “orgulhar” e rejeitando totalmente a ideia de gravadoras, o The Sisters of Mercy passou a se distanciar musicalmente do estilo gótico, abraçando cada vez mais sonoridades que vão do metal até mesmo ao hip-hop.
Seja em que fase esteja hoje, é inegável que muitas bandas famosas, como o The 69 Eyes, Reptyle, entre outras.
Melhores discos: Floodland , The Fist and last and always, Some Girls Wander by Mistaken.

Menções honrosas de bandas que, em alguns casos, nem fazem parte da música gótica mas são igualmente importantes: The Cure, Opera Multi Steel, Love Like Blood, Poesie Noire, Death in June, Joy Division, David Bowie, Gary Numan, Pink Turns Blue.

Scorpions - Sting in the Tail


O fim da linha, a última parada da estrada. Essa é a definição já que é o último lançamento dos alemães. Será que faz jus ao legado desta, que é a maior banda que a Alemanha já gerou?
Raised on Rock é a canção de abertura do disco, que mistura elementos que consagraram a banda, como as dobras de guitarras e os vigorosos riffs, com uso de talk-box e efeitos mais modernos. É uma música com um ritmo interessante, um bem executado solo no fim da faixa e com grande potencial para ser single. Em seguida temos a faixa-título, que acentua a impressão passada pela anterior. Desta vez não há um solo e a duração mostra uma tendência desse disco, de músicas curtas. Slave Me prossegue a audição e também mostra um vigor peculiar e mantém o que foi observado nas músicas anteriores.
Eis que surge a primeira balada, The Good Die Young, que conta com a participação de Tarja Turunen, ex-Nightwish. É uma balada pesada, o que é uma grata surpresa. A introdução de violão engana, mas o que se ouve é aquilo que fez da banda de Hannover um dos ícones do Hard Rock mundial. A participação de Tarja é discreta, mas isso não representa um problema.
No Limit retorna ao ritmo anterior e não mostra nada de muito diferente das canções anteriores, o que é boa coisa. A próxima é Rock Zone, que nem parece ser uma música de uma banda tão rodada assim. Algum desavisado que não consiga reconhecer a característica voz de Klaus Meine diria que essa música é executada por alguma banda formada na última década, haja visto a sonoridade moderna, mas sem modismos. Lorelei é a segunda balada do disco, essa sim mais balada, na real concepção do termo. Tem a cara de uma balada do Scorpions, como Winds of Change.
Curiosamente é uma das músicas mais longas do álbum. Turn You On é a faixa seguinte, bastante inspirada. Sly é bem parecida com Lorelei, mais uma balada
pesada. Spirit of Rock mostra uma levada diferente das anteriores, o que não significa nenhum tipo de desvio do nível das músicas anteriores no quesito qualidade.
Chegamos ao fim, com The Best is Yet to Come, a balada a mais sossegada de todas. Ao atingirmos esse ponto algumas dúvidas surgem: Ouvindo esse disco e analisando o material, seria acertada a decisão de acabar com a banda? É difícil responder, pois eles poderiam continuar e fazer um trabalho similar a esse ou um outro Eye to Eye, então é algo meio relativo.
Há algum sinal de cansaço, falta de entrosamento ou algo que dê sinal de que a banda está no fim? Se não fosse o anúncio da banda, pareceria um lançamento normal, que seria seguido por uma longe turnê e o processo de composição se reiniciaria. A banda está bem entrosada e as músicas são bem executadas. Qual a palavra final sobre o disco? Bem, não é um novo Blackout ou Love at the First Sting, mas é um bom disco. É um fim digno para uma banda seminal como o Scorpions.

 
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