As seis bandas góticas mais influentes


Eu tenho certeza que essa lista vai ser controversa para muita gente. Até aceito a hipótese que vários irão contestá-la. Contudo também penso que vai ser uma forma de as pessoas conhecerem material novo e, acima de tudo, grupos novos com sonoridades que vão aparecendo em diversas bandas ao longo dos anos.

DIARY OF DREAMS

Falar em darkwave hoje é falar desse grupo alemão. Foi criado por Andrew Hates, ainda na década de oitenta. Ele era baixista do grupo de gothic rock Garden of Delight e também possui formação clássica em piano e guitarra.
Ao lançar seu primeiro disco, o “Cholymelan”, Hates traz ao mundo um darkwave muito diferente daquele que era feito por grupos como Clan of Xymox. A sonoridade era mais atmosférica e os elementos eletrônicos mais bem amarrados e mesclados com o resto da sonoridade, aliados ao seu vocal grave.
Fundador da Accession Records, que também é responsável por bandas como Diorama, Assemblage 23, Angels of Venice, Aghast View (alguns discos), Painbastard, Aesma Deva e outras bandas do segmento mais eletrônico da música.
Atualmente, com o lançamento do disco ("If)", o grupo coloca uma proposta mais próxima do metal e com mais ênfase nos instrumentos reais.
Melhores discos: Cholymelan, One of 18 Angels, Panik Manifesto.

CLAN OF XYMOX

Quando escutamos darkwave sempre vamos ter que falar desses holandeses. Até mesmo porque foram eles os responsáveis por uma sonoridade diferente daquela calcada no post-punk e da new wave. Soube usar os elementos de modernidade sem ter que mudar radicalmente o estilo.
Ronny Moorings, Pieter Nooten, e Anke Wolbert se juntaram em 1983 e, dois anos depois, lança o primeio disco autointitulado, sendo comparados ao The Cure e ao Joy Division. O grande marco deles se dá no álbum que veio depois, o Medusa, com grandes clássicos como Michele e Louise. Depois de alguns problemas, já na década de noventa eles lançam o Subsequent Pleasures, já com nítidas influencias de synthpop.
Melhores discos: Medusa, Creatures, In Love We Trust.

CHRISTIAN DEATH

Deathrock é um estilo recente dentro da cena gótica, historicamente falando. Ganha um nome e uma cena em 1998, por conta dos EUA passarem por um momento em que balada gótica era sinônimo de anos 80 e electro-alguma-coisa. Só que a sonoridade, próxima do punk, começou antes dos anos 90, com o grupo Christian Death.
Letras sarcásticas e de humor negro, sonoridade mais próxima do punk e uma atitude bem diferente das outras bandas fizeram de Rozz Williams um grande idealizador de um movimento que tentaria resgatar uma certa “pureza” no som gótico, sem a parte excessivamente eletrônica.
Existiu até mesmo uma briga entre Rozz e Valor Kand pelos direitos do nome, sendo que a banda formada por este tomou um rumo mais metal e a por aquele seguia ainda numa linha mais punk. O problema acabou em 1998 com o suicídio de Williams.
Melhores discos: Only Theatre of Pain, Catastrophe Ballet, Atrocities.

DEAD CAN DANCE

Ethereal, embora tenha muitos fãs, ainda não é um estilo muito apreciado dentro do meio gótico. Talvez isso explique o fato de termos pouquíssimas informações sobre ele e porque muitos sites e revistas colocam-no como parte do darkwave. Seja como for, sem o trabalho dessa dupla australiana certamente não existiriam bandas como Rajna, Miriabilis, Faith and the Muse e outras.
Formado por Brendan Perry e Lisa Gerrard, como um grupo que inicialmente tocava algo perto do post-punk e que gradativamente incorporou elementos de outros estilos musicais. Uma grande característica desse projeto é o uso de músicas com atmosferas sublimes, vocais “etéreos” e sonoridades que vão desde o rock até a música medieval. Seja em clássicos como “Host of Seraphim” ou mesmo a releitura de “Song of Sybil (uma música medieval catalã) e até a música sacra (como na maravilhosa Emeleia, que não tem acompanhamento instrumental, no melhor estilo de canto gregoriano).
Dizer que eles foram os inventores do ethereal é desmerecer o trabalho de pesquisa e diversidade que até hoje influencia dentro e fora da cena gótica.
Melhores discos: Within The Realm Of A Dying Sun, Into The Labyrinth, Toward The Within.

BAUHAUS

O que seria do gothic rock se o Bauhaus não tivesse existido? Certamente nem sequer teríamos a base visual e temática de muitas bandas que surgiram e ainda surgem.
Fundada em 1978 por Peter Murphy, foi quem definiu boa parte do que seria a estética da música gótica como um todo, com um visual mais sombrio e retrô, letras com temas de humor negro e sombrios, linha sonora que aproveitava o post-punk, o glam rock e a new wave e era diferente do Joy Division e do New Order.
Melhores discos: In the Flat Field, Mask, Burning From The Inside.

THE SISTERS OF MERCY

Se o grupo de Peter Murphy criou as bases, Andrew Eldritch deu a forma definitiva ao gothic rock e até mesmo a boa parte da música para góticos.
Bateria eletrônica, vocais muito graves, letras tristes e depressivas, visual carregado, todos os clichês estão nos dois primeiros discos do grupo. Depois que ser gótico passou a não ser mais algo de que se “orgulhar” e rejeitando totalmente a ideia de gravadoras, o The Sisters of Mercy passou a se distanciar musicalmente do estilo gótico, abraçando cada vez mais sonoridades que vão do metal até mesmo ao hip-hop.
Seja em que fase esteja hoje, é inegável que muitas bandas famosas, como o The 69 Eyes, Reptyle, entre outras.
Melhores discos: Floodland , The Fist and last and always, Some Girls Wander by Mistaken.

Menções honrosas de bandas que, em alguns casos, nem fazem parte da música gótica mas são igualmente importantes: The Cure, Opera Multi Steel, Love Like Blood, Poesie Noire, Death in June, Joy Division, David Bowie, Gary Numan, Pink Turns Blue.

6 comentários:

Deze Rezende disse...

Adorei o post! Muito bom, entre as bandas todas a minha favorita com certeza é Sisters of Mercy! =D

Anônimo disse...

otimo material mais uma vez, sempre de parabens fallen!!

Anônimo disse...

Eu citaria sem medo de errar o Lacrimosa e o IKON, mas eu gostei dessas daí.

Faltou também o Cinema Strange, que até hoje influência a cena californiana de deathrock (o polo do tr00 DR de muito death rosca) e poderia até citar o Skinny Puppy, top 1 de 9 em 10 "freak goths" americanos também =P

Rafael Amorim disse...

Não conheço muito do genero, quando arrumar um tempo dou uma procurada. Dead can Dance é uma q eu gosto bastante.
Ótima matéria Fallen.

Isabella F. disse...

Eu amo Dead Can Dance. Seria extremamente errado também dizer que projetos do gênero do Dead Can Dance seriam só ethereal e/ou darkwave. Ha todo um envolvimento tribal nisso tudo.

Muito boas as citações.

Anônimo disse...

Faltou a Siouxsie, que definiu a tradição de visual e vocal Gótico feminino. :-)

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