Para a maior parte das pessoas é difícil imaginar ou conseguir entender como esse tal de “gótico” funciona. Seja na forma visual, seja na forma musical, ainda hoje acontecem muitos erros em entendê-lo adequadamente. Por isso, nessa série de clipes, vamos abordar as músicas e os visuais que esse grupo (ou subcultura, como gostam de dizer) adora. Junto do clipe vem uma breve explicação sobre o mesmo.
The Cure - Pictures Of You
Muitas vezes você pode não entender que raios uma banda mais “pop” possa ter alguma coisa a ver com os góticos. Muitos se aproveitaram do estilo mais sombrio e dramático da banda como base visual para o gótico, sobretudo aqueles da década de 80. E as músicas do começo da carreira da banda, durante todo o período oitentista, são carregadas de melancolia e tristeza, coisa que fez e faz muito sucesso até hoje.
The Sisters of Mercy - Lucretia, My Reflection
Vocal soturno, jaquetão de couro, óculos escuros... não, não é o The 69 Eyes. Falo daqueles que inspiraram os finlandeses e muitas outras bandas que vieram depois. Talvez o gothic rock não fosse como conhecemos sem o The Sisters of Mercy. Toda a receita, que o Bauhaus começou, está aí: sons atmosféricos, letras depressivas e mórbidas, uso de música eletrônica via drum machine ( o Dr Avalanche) etc. Além disso o visual é meio que padrão para muito gótico até hoje e muitos associam o uso do preto também por conta dessa banda.
Bauhaus - Bela Lugosi's Dead
Cabelos espetados, roupa preta e antiquada? Quem começou com tudo isso foram os ingleses do Bauhaus. A música baseada num famoso ator de filmes de terror é o marco zero do gótico, onde tudo começou. Visualmente ainda são muito próximos do punk, mas com aquele ar mais sinistro, uma versão das trevas do glam do David Bowie.
Siouxsie and the Banshees - Cities in Dust
Falar de gótico sem citar essa banda é heresia. A sua vocalista, Siouxsie Sioux é influente para o lado feminino do gótico. E não somente nele. Muitas vocalistas, como a Shirley Manson, são de alguma forma influenciadas por esse lado mais perverso e dominador que a vocalista Sioux evoca.
Existe também um apego maior a poesias na música do grupo inglês, além de temáticas sado-masoquistas, usadas de uma forma bem mais provocativa e menos chocante.
Clan of Xymox- Jasmine and Rose
Para algumas pessoas os pais do darkwave. Para outras, um dos grandes expoentes do gothic rock e, posteriormente, do electro-gothic, em sua fase synthpop.
É uma banda que, quando mudou a sonoridade, dividiu os fãs do gênero. Os mais velhos não gostaram muito dessa roupagem mais “moderna” que eles adquiram. Os mais novos curtiram, até por ser um som bem mais dançante que o gothic rock que eles faziam antes.
Faith and the Muse - The Burning Season
Grupo bem conceituado na cena, com seu som que vai do ethereal ao gothic rock com extrema delicadeza. É uma banda que ainda guarda inúmeros traços de bandas dos anos oitenta e o visual deles é também fonte de inspiração para muita gente. O povo do medieval goth gosta muito dessa banda pelas marcas mais “medievais” nas temáticas que o Faith aborda.
Com o disco mais novo, o Ankoku butoh, eles ficam mais próximos do metal, sem perder, com isso, seus traços de música gótica.
Cinema Strange - Greensward Grey
Por mais que os deathrockers chiem, o estilo é gótico e pega diversos elementos glam do estilo. E o Cinema Strange vai pegar tanto no gótico quanto no punk referências para o aspecto visual. Sonoramente vai de encontro com o punk, da mesma forma que alguns grupos góticos da década de 80 faziam.
Strawberry Switchblade - Since Yesterday
Ao ver esse vídeo você deve estar se perguntando: Mais que caralhos tem a ver uma banda de pop com música gótica? É algo tão alegre, tão diferente, tão... colorido.
Isso é uma das provas que o gótico nem sempre é depressivo ou só escuta coisas melancólicas. Existem os perkies, que querem mais é se divertirem e não ligam nem um pouco para a seriedade de algumas pessoas da cena. Seja como for, o visual das mulheres da banda é gótico, muitas góticas se influenciam, de alguma forma, pelo visual e é um tipo de som que, para alguns, é aceitável.
London After Midnight – Shatter
Nos EUA um dos nomes fortes da cena gótica é o London After Midnight. Seja pelo apelo visual andrógino, seja pela música que evoca um lado mais “darkwave” ao rock, que se perdeu no último disco do grupo.
Antes que alguém pergunte, o vocalista é homem. Mesmo não parecendo, ainda é homem, mostrando um lado que muita gente de fora desconhece: a androginia.
BlutEngel - Vampire Romance
Existe ainda muita controvérsia com o dito “electro-goth” ou se isso é gótico de fato. Uma coisa é certa, o Blutengel faz muito sucesso justamente por abordar essa temática mais “vampírica” em seu visual e nas suas músicas, além de ser algo fácil de tocar em pistas de dança. Esse projeto também traz muita gente de fora, como headbangers, para a cena, mesmo sem querer. Em todo o caso, a parte visual e até mesmo de temáticas são comuns aos góticos de plantão.
BONUS TRACK
David Bowie
Sem ele, talvez nem o gótico existiria. Isso acontece por ser influente para diversos grupos, como o Bauhaus. Seu lado glam era muito diferente do que bandas como o New York Dolls fazia. Seja como for, ele é importante, de qualquer maneira, para os góticos.
E encerro esta lista dizendo que ela não é definitiva e muito menos a mais correta. É uma ideia visual-sonora daquilo que se tem como gótico. Diversas bandas, como Diary of Dreams, Nosferatu, Christian Death, The Mission Uk, Poesie Noire etc, também são importantes para o gótico. Esse texto é mais um guia para iniciantes e aqueles que gostariam de conhecer uma pontinha desse estilo.
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