Review: VELHAS VIRGENS - Ninguém Beija Como as Lésbicas



Como um bom vinho ou uma bela cachaça, se preferir, a maior banda independente do país está de volta e melhora a cada dia, seja na parte musical ou nas letras.
A audição começa com a divertida O Gênio da Garrafa, que narra a história de um gênio que concede três desejos a uma pessoa, digamos, politicamente correta. Aqui já é exibido o Hard Rock vigoroso que a banda já desfilava nos lançamentos anteriores. Em seguida, temos A Boca, a Boceta e a Bunda que, como o título já entrega, contém uma das letras mais sem vergonha, no bom sentido, já escritas pela banda. A faixa possui solos e bases de bom gosto e o vocal característico do vocalista Paulão. Continuando com a temática pela qual a banda ficou conhecida, tem a história de uma vida de vícios contada em Bunda Boa.
Chegamos à faixa título, Ninguém Beija Como as Lésbicas, mantendo a temática de cunho sexual mas com sinceridade ao assumir que os beijos de um homem em uma mulher são pensados como faísca que iniciará o processo que culmina, ou deveria culminar, na explosão do ato sexual. E que as lésbicas não fazem dessa forma, apesar da real intenção ser revelada no fim da faixa, que é de se fazer algo a três. A música Essa Mulher Só Quer Viver na Balada é mais rápida que as anteriores e relata as desventuras de um marido se queixando da mulher que deixa suas "obrigações" pra se dedicar à boemia. Cafajeste vem na sequência e parece até ser uma resposta à faixa anterior e é a primeira com a participação da nova vocalista da banda, Juliana Kosso. Ela se dá muito bem e tem uma boa voz. Bela aquisição para a banda. O ritmo muda com o início de Bortolotto Blues, que conta com o guitarrista Cavalo nos vocais também e em sua letra o personagem principal assume que não trai a mulher por preguiça. A Última Partida de Bilhar traz aquele clima de fim de festa, um misto de blues eletrificado com uma balada Hard Rock, ao estilo VV, que fique bem claro.
A música FDP ilustra alguns dos usos da expressão que origina essa sigla, da vida cotidiana, passando pela política e pelo futebol. Continuando vem a canção Eu Bebo Pra Esquecer, que podia muito bem ser assinada por Reginaldo Rossi e possui um belo instrumental. Mais um passeio da banda pelo terreno que beira a música brega em Velho Safado, mais uma vez com a atuação de Juliana, nesta feita dividindo os vocais com Paulão. Strip & Blues conta com o inédito dueto entre o guitarrista Cavalo e Juliana. Em seguida vem o discurso sincero e honesto em Palavras do Mentor, que introduz a faixa O Amor é Outra Coisa, que retoma o clima inicial do disco e em sua letra destrói todos os clichês usados quando se fala do Amor. Faixa muito bem sacada, com um solo de gaita bem encaixado e uma das melhores do disco, se bem que o resultado até aqui é nivelado por cima. A coesão entre a banda e entre as faixas é inacreditável, além da criatividade na criação de riffs e uso de elementos emprestados do Blues, como o bom gosto no uso de gaita, os refrões bem sacados e as ótimas participações da vocalista Juliana e do guitarrista Cavalo. Por fim, há um aspecto que deve ser citado, pois há faixas que remetem ao que já foi feito antes pela banda, que falam sobre sexo e contém palavrões, mas eles não fazem e nunca fizeram o Rock Engraçadinho, então esses elementos tem porque aparecerem. Mas a banda mostra um certo amadurecimento, pois letras como as presentes em O Amor é Outra Coisa e FDP são inteligentes até, não ficam no banal "vamos falar palavrão e putaria porque vende". Ou seja, quem tinha ressalvas quanto a banda, acho que é hora e este é o disco para rever seus conceitos.

1 comentários:

sweet angel disse...

maaaaaaaaaaaano
eu ADORO esse album *--*
já sei todas as letras!!! *.*

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