Mesmo depois de vários anos de estrada, tem como fazer algo inovador, tão criativo como no início? Há alguma forma de sair do lugar comum ao relembrar grandes momentos de uma extensa carreira? O Helloween mostra que todas as perguntas podem ter uma resposta positiva e ao mesmo tempo com o lançamento de Unarmed.
Claro que para o fã xiita esse lançamento soa como um ultraje, principalmente pelo fato do atual vocalista Andi Deris andar sobre o gelo, que é como alguns vêem quando ele executa obras de seu predescessor, Michael Kiske. Mais ódio ainda gera a esse mesmo fã quando ouvir Helloween em meio a violões, saxofones, corais e quase nenhum vestígio das guitarras de Michael Weikath e Sascha Gerstner. Mas isso não é importante.
O disco começa com uma versão de Dr. Stein que mais parece saída da trilha sonora de algum filme dos anos 80, haja visto a forma como o saxofone é empregado aqui. Em seguida, temos Future World começando com uma levada de violão, com um som mais próximo do Folk. Desta vez há um solo de guitarra, mas algo bem longe do que é ouvido na versão original, registrada na gravação longíqua da parte dois do Keeper of the Seven Keys. If I Could Fly é a próxima, com um arranjo orquestral suave, piano e uma certa cerimônia, mais ou menos como a música "pede". Infelizmente a banda comete alguns excessos e algumas partes da música ficam cheias, tem muita informação ali, muita coisa para ser assimilada, o que causa certa estranheza e confunde o ouvinte. Mas tem partes belíssimas. Where the Rain Grows mais parece aquelas baladas dos Rolling Stones quando se inicia. Tem uma levada devagar quase parando ao ser comparada com sua versão original, gravada no disco Master of the Rings. Até por conta disso, em vez de 4 minutoes e 40, a versão nova tem 5 minutos e 10 segundos. A seguir há The Keeper's Trilogy, que é um medley com as músicas Halloween (Keeper of the Seven keys parte 1), Keeper of the Seven Keys (Keeper of the Seven keys parte 2) e The King for a 1000 Years (Keeper of the Seven Keys - The Legacy). Não bastando a surpresa da inclusão de uma faixa do disco que retomou o fôlego da banda em 2005, é a faixa que mais se assemelha com os originais, pois soa como se fosse um Helloween com Orquestra, como os discos feitos por Scorpions, Metallica e Deep Purple. É uma das menos "criativas" das releituras, mas o resultado final é positivo. Eagle Fly Free retoma o clima mezzo folk, com direito a solo de flauta. Perfect Gentleman segue a mesma toada e tem um solo interessante de guitarra e um clima meio sem vergonha, algo bem adequado à letra. Forever and One conta somente com o vocal de Deris, um piano e algumas vozes durante o refrão. Nada espetacular mas nada comprometedor também. De certa forma, previsível.
I Want Out ficou meio estranha com as criancinhas e o lalala no início. Na verdade, a versão é muito estranha, beirando o infantil. Fallen to Pieces é bem parecida com a original, de Gambling with the Devil. Como a primeira já é meio sem sal, a nova vai pelo mesmo caminho. A balada A Tale that Wasn't Right recebe uma roupagem orquestral, a lá Rhapsody of Fire e encerra esta feita. Bela versão e boa forma de encerrar o disco.
Para finalizar, é um belo disco apesar de alguns fãs sentirem falta desta ou daquela músicas na lista e de alguns pontos negativos. Mas é bem positivo não haver aqueles agudos exagerados e solos que tentam atingir a velocidade do som. É isso.
1 comentários:
belo review
esse foi um cd q eu achei muito curioso e inovador...
talvez não agrade os fãs mais tradicionais, mas é fodão
=D
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